"A Felicidade na tua vida é directamente proporcional ao grau de ajuda oferecida aos outros no mundo"

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

TERAPEUTA DE REIKI – UMA PROFISSÃO CREDÍVEL

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Desde os anos 90 que em Portugal se encontrou, para alguns praticantes de Reiki, um caminho natural e com sentido, uma profissão – ser terapeuta de Reiki. A formação destes terapeutas estende-se ao longo dos três níveis de formação e resulta dos saberes, partilhas e práticas daí resultantes. A maioria destes profissionais não tem qualquer ligação à área da saúde e, no seu caminho académico, adquiriram outros saberes e competências. Quase todos tinham e têm outras profissões. Então, como se dedicam a cuidar do outro num campo que envolve a saúde?
Para se encontrar uma resposta há que compreender o Reiki, a filosofia que o constitui, a cultura da nossa sociedade, as necessidades da pessoa para o seu bem-estar, bem como a quebra de dogmas e a inflexão nos paradigmas da ciência.

O que é Reiki?

UsuiCom cerca de 57 anos, em 1922 Mikao Usui retira-se para o Monte Kurama, perto de Quioto, onde se dedica a uma meditação constante ao longo de 21 dias. Após este período de meditação e jejum, Mikao Usui descobre que pode captar uma energia, à qual chama Energia Universal (Reiki), e veiculá-la através das suas mãos para os outros ou para si mesmo. Apercebe-se também que esta energia traz equilíbrio, preenche as deficiências energéticas e harmoniza os excessos. Decide abrir o seu Dojo, a escola, e ao método de tratamento e filosofia de vida, chamou Usui Reiki Rioho – Método de Cura Natural, Usui.
Reiki não é apenas uma prática terapêutica, é também uma filosofia de vida assente nos cinco princípios que criou, adaptados da cultura japonesa – “Só por hoje, sou calmo, confio, sou grato, trabalho honestamente, sou bondoso”. Segundo o Mestre Usui, estes são os princípios que, com prática, nos levam ao Satori, isto é, à iluminação e elevação da consciência.
De 1922 aos nossos dias, o Reiki passou por muitas transformações resultantes do acréscimo de saberes, pela adição de técnicas e mudanças na sua forma de esclarecimento e formação. Hoje vemos o Reiki a ser aplicado em instituições como a Cruz Vermelha, ou a Santa Casa da Misericórdia, no apoio aos seus utentes seniores, a ser apresentada como terapia em congressos, ou mesmo noshospitais. Existem já diversos trabalhos académicos sobre o Reiki e muitos mais serão desenvolvidos, pois os efeitos da terapia são observáveis etestemunhados.

A fusão de culturas – ocidental / oriental

Encontramos uma fusão curiosa nas diferentes culturas desta sociedade cada vez mais global – os ocidentais que pretendem virar orientais e os orientais que pretendem virar ocidentais. Este enriquecimento cultural vem da abertura na comunicação e na partilha dos estilos de vida. Nós, ocidentais, mais habituados ao ritmo agitado quotidiano, buscamos a serenidade dos jardins Zen do Japão, uma imagem que nos remete para uma filosofia de serenidade e vazio; procuramos as posturas do Yoga da Índia; indagamos alternativas na Medicina Tradicional Chinesa e alguns encontram no Budismo Indiano ou Tibetano as respostas às suas questões interiores. O mundo está cada vez mais aberto, mais próximo, mais fundido em termos culturais.
A procura e a prática da filosofia de vida do Reiki — que é uma filosofia oriental — vem da necessidade de encontrarmos a serenidade, os métodos para atingirmos a felicidade (como dizia Usui) e o auto-cuidado.

As necessidades da pessoa para o seu bem-estar

O nosso ritmo de vida desmesurado, reflexo das orientações da sociedade em relação ao consumo e status quo, leva hoje a uma paragem forçada, a um momento de reavaliação da forma de estar e Ser. A pessoa quer encontrar o seu bem-estar e equilíbrio e fá-lo através do exercício físico; das práticas orientais relativas ao campo físico, como o Yoga e o Tai Chi; e nas práticas no campo energético como o Reiki e o Chi Kung. Dizia Immanuel Kant que “toda a reforma interior e toda a mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço”. É esse esforço que, hoje em dia, a pessoa procura, com a motivação de ultrapassar as exigências do quotidiano, querendo um encontro consigo mesmo para atingir o equilíbrio.

A quebra de dogmas e a inflexão nos paradigmas da ciência

A Carta de Ottawa definiu a promoção da saúde como o processo que permite às pessoas o aumento do controlo sobre e para a melhoria da sua saúde. Esta ideia de empoderamento deve ser entendida como um reforço da capacidade de cada um decidir acerca de si próprio, devendo ser informado sobre cada caminho e suas consequências. A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em Novembro de 1986.  Trata-se de uma Carta de Intenções que procura contribuir para as políticas de saúde em todos os países.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 80% dos casos de doenças coronárias90% de diabetes tipo 2 e um terço dos cancrospoderiam ser evitados pela alteração de hábitos alimentares, actividade física e fim do tabagismo.
Ao analisarmos as estatísticas de 2011 sobre as causas de morte em Portugal constatamos a elevada percentagem de doenças do aparelho circulatório e, preocupantemente, o acréscimo das doenças oncológicas.
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“Causas de morte em Portugal”, dados de 2011, Pordata.
Conjugando estes dados com as advertências da OMS, encontramos um espaço que deve ser preenchido por uma outra visão, por uma inflexão nos paradigmas da ciência. Sobre esta inflexão, diz-nos o professor João Tomé em “O novo paradigma da Medicina“:
A mente, num processo evolutivo e de dinâmica permanente, deve ser como um
pára-quedas:
- Só é verdadeiramente útil se estiver aberto;
- Se fechado, só irá acelerar a queda e, eventualmente, a morte de quem o usa.
Neste seu trabalho encontramos várias respostas e reflexões sobre a crise na saúde e as respostas alternativas encontradas na legislação que visa introduzir mecanismos apropriados ao controle e normalização destas práticas – a Lei nº 45/2003 que oficializou a Homeopatia, a Acupunctura, a Naturopatia, a Fitoterapia, a Osteopatia e a Quiropraxia.
Sobre estas Medicinas Alternativas, num cenário onde teríamos uma resposta mais integrativa na saúde, diz-nos João Tomé:
Segue-se uma abordagem ao paradigma das transformações na procura pela saúde, ou seja, a crise no paradigma científico e na racionalidade médica moderna, bem como o paradigma emergente e a racionalidade médica vitalista, cenário da Medicina Integrativa.
A formulação do problema deve conter simultaneamente aquilo que nós sabemos e aquilo que não sabemos mas que queremos vir a saber. Deste modo, a formulação do problema ou questão de partida deve conter duas partes distintas, mas complementares.
A prática da Medicina Integrativa são técnicas que visam a assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/meio ambiente e não como um conjunto de partes isoladas.
Segundo Helman (1994), citado por FERREIRA (2002), na sociedade actual coexistem habitualmente diferentes formas de ajuda à doença e cada uma delas oferece à pessoa a sua forma particular de diagnóstico, explicação e tratamento das doenças. Dentro das diferentes formas de ajudar a pessoa a prevenir e a controlar a doença, encontram-se a Medicina Integrativa, sendo esta cada vez mais procurada pelas pessoas que sentem necessidade de controlar algo que poderá ser o responsável pelo seu mal-estar.
Com tantos indícios e já tantas perspectivas, não será esta a hora de nos debruçarmos um pouco mais sobre a integração das Medicinas Alternativas e Terapias Complementares?
De certo que sim e, sobretudo, com legislação adequada às características de cada grupo. Isto porque o Reiki é enquadrado como uma terapia complementar, não como uma Medicina Tradicional ou Alternativa.

O enquadramento do Reiki na saúde

Antes de mais, convém distinguir conceitos. A medicina convencional é a ciência que investiga a natureza e as causas das doenças humanas, procurando a sua cura e prevenção. Já a medicina alternativa é a parte comprovada de saberes tradicionais, como a Acupunctura, com os mesmos objectivos da primeira. Por fim, as terapias complementares são um conjunto de práticas e saberes, principalmente orientados para uma vertente holística no cuidado da pessoa, que não excluem qualquer medicina ou até outra terapia. Pelo contrário, complementam.
Outro ponto de grande discussão prende-se com o diagnóstico. Quer a Medicina Convencional quer a Tradicional/Alternativa, realizam diagnósticos, cada uma na sua vertente. E como será no Reiki?
Costumamos dizer que no Reiki não se realiza diagnóstico, o que é verdade pois não entramos nas áreas de saber médico. Mas temos um diagnóstico próprio e técnicas de avaliação específicas, que são enquadrados no campo holístico, no campo energético da pessoa. Não é um diagnóstico que fala do fígado, da condição do órgão, mas sim um diagnóstico que visa compreender o equilíbrio ou desequilíbrio energético da pessoa, algo que não pode ser equiparado a diagnósticos médicos convencionais ou alternativos. Cada um no seu saber e na sua especialidade.

O terapeuta de Reiki

Podemos considerar o terapeuta de Reiki como um técnico. Encontramos a etimologia desta palavra no grego tekhnikós (artístico, habilidoso, operário), que nos remete para a “pessoa que conhece a fundo uma arte, uma ciência, uma profissão”, é um “profissional especializado, pertence ou é relativo exclusivamente a uma arte, uma ciência, uma profissão”. É isto que um terapeuta de Reiki é: um profissional especializado em REIKI. Essa é a sua área de saber e de intervenção. A prática do Reiki é uma arte. Novamente encontramos na origem da palavra a sua correcta aplicação, do latim ars, artis, – maneira de ser ou agir, conduta, habilidade, ciência, talento, ofício.
O terapeuta de Reiki desenvolve a sua competência desde o primeiro dia em que inicia o percurso, no nível 1 de aprendizagem. Esta é focada no Reiki, sem excluir outras práticas e saberes complementares relativos ao campo energético. É uma especialidade que poucos compreendem, logo, como se pode julgar o que não se compreende?

Terapeuta de Reiki – Uma profissão credível

Chegamos ao ponto de origem e à finalidade deste artigo: a profissionalização, a credibilidade da mesma, o reconhecimento do terapeuta de Reiki como técnico.
Uma visão diferente sobre a prática de Reiki pode até ser encontrada na Comunicação Social. É disso exemplo a reportagem publicada na revista Visãopela jornalista Clara Soares – Reiki dá-se ao respeito – “O rótulo de charlatanice já lá vai. A terapia alternativa conquista agora crescentes e insuspeitos adeptos, até entre médicos. O que se passou?”
Pegamos nesta pergunta como mote para a credibilização. Muito já foi feito para a divulgação e esclarecimento do Reiki, tanto através de palestras, fóruns e congressos, como através do voluntariado, que cada vez se torna mais presente como resposta credível, aceitável e eficaz no cuidado da pessoa, desde a deficiência à Oncologia.
Outro passo importante foi o da auto-regulamentação, que alcançámos com o projecto da Norma da Prática da Terapia Complementar Reiki (NPTCR-01), que é um passo positivo e construtivo para o esclarecimento e suporte ao cliente/utente. Além disso, implementámos também o Código Deontológico.
As bases estão criadas e disponibilizadas. Cabe também ao terapeuta de Reiki ter uma postura que o comprove como técnico, como aquele que sabe o que faz, como um especialista no seu saber – um objectivo que encontramos em qualquer outra profissão. Tal remete-nos igualmente para a formação, pois é da responsabilidade do Mestre treinar os seus alunos, dotando-os do saber necessário para a devida prática.
Hoje em dia, o praticante de Reiki não tem uma faixa etária definida, uma profissão de origem concreta. Qualquer pessoa pode praticar Reiki. Não é exigido nenhum pré-requisito académico, até porque trabalhamos com o campo energético, o que não corresponde aos critérios da ciência exacta. No entanto, quando se profissionaliza, o terapeuta de Reiki tem que ter bem presentes as suas competências. O seu Saber Ser e Saber Fazer não devem ficar fechados num determinado segmento profissional da saúde. Este é um alerta para que no futuro não se venha a restringir a prática, mas antes que a mesma seja enquadrada devidamente.
Aos Mestres cabe formar. Aos terapeutas cabe a prática da terapia, assente na competência, ética e excelência. Terapeutas de Reiki, tenham orgulho e brio no vosso trabalho, defendam a vossa especialidade e saber com o trabalho diário. Trabalhem em conjunto com outros terapeutas da mesma ou de outras especialidades. Trabalhem em conjunto com todas as medicinas visando o bem-estar e o melhor para a saúde dos vossos pacientes. Em cada consulta realizada, são vocês o rosto do Reiki.

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